Mês da Mulher: Oficinas gratuitas de protagonismo feminino e diverso na Zona Norte de São Paulo


Programação do Coletivo As Trapaeiras, que ocorre durante todo o mês de março de 2024, é destinao à mulheres cis e trans frequentadoras de Serviços de Atendimento a Mulheres, e utilizam o teatro como uma ferramenta poderosa para estimular o protagonismo feminino. Foto: Divulgação (Júlio Leão).

Como parte das comemorações ao Dia Internacional da Mulher,  Coletivo As Trapeiras (@astrapeiras) promove, ao longo de todo o mês, uma série de oficinas gratuitas de Teatro-Fórum para as frequentadoras de Serviços de Atendimento à Mulher na Zona Leste de São Paulo, buscando gerar protagonismo, fortalecimento e experiência artística com as mulheres participantes, compartilhando reflexões sobre o que é ser Mulher.

As ações fazem parte do projeto “Teatro-Fórum: Reinventando o que é ser mulher”, contemplado no Edital Modalidade 2 - 20ª edição do Programa VAI - Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, que será realizado em três fases: 1ª Oficinas de Teatro Fórum nos Serviços de Atendimento à Mulher, 2ª Mostra de Cenas e Peças criadas nas Oficinas e 3ª Lançamento de Minidocumentário com registros do processo, contextualização e informações de Utilidade Pública. As ações são concentradas na Zona Leste de São Paulo, região marcada por um dos maiores índices de casos de violência doméstica registrados no Estado. 

As oficinas serão realizadas, às segundas-feiras na Casa Anastácia em Cidade Tiradentes; às quartas-feiras na Casa Zizi em Vila Ema; e sextas-feiras na Casa Viviane dos Santos em Guaianazes, com atividades que visam fortalecer as parcerias com Serviços de Atendimento à Mulher da Zona Leste e aprofundar o trabalho junto às mulheres frequentadoras.

Durante as oficinas, As Trapeiras buscam proporcionar um espaço seguro para o reconhecimento do percurso de histórias das participantes e das redes de apoio, ressignificando o papel social que habitam as mulheres, inspirando o reconhecimento de realidades, o poder de criação, participação e a possibilidade de atuar de maneira potencializadora gerando transformações no cotidiano. Encarando dessa forma, a prevenção da violência como uma consequência desse processo.

Os encontros irão frutificar a construção e apresentação de cenas ou peças de Teatro-Fórum protagonizadas pelas participantes. A metodologia utilizada é uma das técnicas teatrais sistematizadas por Augusto Boal, que tem como objetivo promover a participação do público no desenvolvimento e cocriação das montagens.

Através de cenas, o Teatro-Fórum apresenta situações reais das participantes, onde o público é convidado a interagir como ‘espectatores’ ou ‘espectatrizes’, sugerindo estratégias e testando-as nas situações apresentadas, promovendo o engajamento ativo na discussão e transformação da realidade. A técnica se  baseia na ideia do teatro como uma ferramenta de transformação social, promovendo a sensibilização, reflexão e a ação crítica do público (mesmo que este nunca tenha passado por esta situação). 

“Reinventar o que significa ser mulher é um processo poderoso e transformador que envolve desafiar e transcender as normas tradicionais e estereótipos de gênero. Significa redefinir a identidade feminina além das limitações preestabelecidas, permitindo às mulheres explorarem e expressarem plenamente sua autenticidade. Esse conceito envolve questionar expectativas sociais, abraçar a diversidade de experiências femininas e fortalecer as mulheres a tomarem o controle de suas próprias narrativas. Reinventar o que é ser mulher é um ato de autonomia, auto expressão e resistência, promovendo uma visão mais inclusiva e justa para a prevenção de violência doméstica.”, comentam As Trapeiras. 

O projeto “Teatro-fórum: Reinventando o que é ser mulher” também é um aliado das mulheres surdas - seja a surdez parcial ou total. Para compartilhar as experiências e informações de utilidade pública, será produzido um minidocumentário com Tradução em Libras, com o protagonismo das próprias participantes do projeto, organizando e narrando partes do percurso e das estratégias criadas pelo público nas apresentações. O objetivo é sensibilizar e conscientizar sobre a cultura do respeito, estimular a prevenção da violência de gênero e a valorização do protagonismo feminino.

“Estamos cientes de que o cenário já é nocivo para as mulheres nesta sociedade, e torna-se ainda pior para as pessoas com deficiência auditiva, pelo empecilho da comunicação, e falta de acesso à informação e estratégias para romper com o ciclo de violência. Por isso, consideramos importante a acessibilidade para denunciar, pedir ajuda, prevenir, e principalmente conhecer os seus direitos”, comenta o coletivo. 

Informações: Instagram: @astrapeiras / Facebook: www.facebook.com/astrapeiras 

Serviço: Projeto “Teatro-Fórum: Reinventando o que é ser mulher”, 

Com Coletivo As Trapeiras

Oficinas gratuitas: segundas-feiras de março de 2024, às 14 horas, na Casa Anastácia - Rua Márcio Beck Machado, 106, Cidade Tiradentes - São Paulo - SP

As quartas-feiras de março de 2024, às 14 horas, na Casa Zizi - Rua Teotônio de Oliveira, 101, Vila Ema - - São Paulo - SP

Sextas-feiras de março de 2024, às 14 horas, na Casa Viviane dos Santos - Rua Cabo José Teixeira, 87 – Lajeado - São Paulo - SP